terça-feira, 22 de março de 2011

Blah

Aniversário chegando, data tensa. Quando era mais nova eu gostava muito quando se aproximava esse dia, já hoje não sei. É claro que o dia do seu aniversário, celebrar seu nascimento e poder comemorar mais um ano de vida são motivos de felicidade, mas os anos se passaram e essa data passou a ter pra mim sinônimo de reflexão, autoconhecimento. Reviver rapidamente na memória tudo aquilo que se passou desde a data da reflexão do ano anterior, e isso me deixa estranha. Como diz Tati Bernardi, “um pouco mais estranha do que ser estranha permite”. É impossível pensar somente no último ano, tudo se entrelaça, uma coisa se liga a outra e um ano que se passou rapidamente se transforma em vinte, e um. E nesses vinte e um anos tem muita coisa pra se lembrar.

Eu não sei por que mais sempre me prendo nas coisas mais ‘negativas’, talvez seja por elas sempre se associarem a grandes aprendizados, talvez não. Talvez eu apenas continue com o meu pensamento de ser pessimista. Pensamento esse já de fundo otimista. Análise complexa como já diz minha amiga, E. Enfim, é, não sei.

Uma das coisas que mais penso nessa minha fase mais estranha, é sobre amizade. Esse sentimento exerce um poder gigantesco sobre mim. Porque será que aquela sua melhor amiga de anos (muitos anos), não é mais a sua melhor amiga agora? Tá beleza que as pessoas crescem e mudam, mais porque não passamos por isso juntas? Eu sempre pensei que as minhas amizades iriam durar pra sempre, eu realmente acreditava nisso. Eu já amei e amo tanto as pessoas que estão ao meu redor, que eu não aceito e me revolto que a vida me force a aceitar que daqui um tempo essas pessoas podem não fazer parte da minha vida como fazem hoje, ou que elas podem me magoar. Não que o amor compartilhado agora não seja verdadeiro, mas as pessoas mudam. O mundo muda. Tudo muda. E eu não posso controlar isso. E eu não quero isso. Quero que minhas amizades durem pra sempre, quero que as pessoas sempre sejam verdadeiras, quero poder fazer besteiras e viver besteiras alheias e daqui anos e anos poder lembrar de tudo, ao lado dos meus amigos. Poxa, é pedir demais que minhas amizades sejam eternas?

Lendo agora essa minha pergunta, eu chego à conclusão de que, pra mim, as amizades são realmente eternas, elas nunca acabam. O contato não é mais como era antes? Beleza. A cumplicidade não é mais a mesma? Ok. Mais e o carinho? Enquanto o carinho permanecer o mesmo, a amizade permanece. Motivos supérfluos não são suficientes pra acabar uma amizade. Falta de consideração sim, mas aí já são outros quinhentos. Falo isso sobre mim, em meio a minha reflexão de mais um ano de vida. As outras pessoas eu não sei. E hoje eu procuro não esperar demais das pessoas. Mesmo sabendo que estou longe de alcançar esse objetivo, continuo tentando. Já apanhei muito por isso, mas meu pensamento continua o mesmo. Não se ama ou se doa a alguém esperando algo em troca. Isso acontece pelo simples fato de te fazer bem. E isso me faz bem. Portanto, eu vou continuar amando, me doando, descabelando, preocupando com aqueles que eu amo, mas não por querer que eles façam o mesmo por mim. Eu vou continuar assim, somente por saber que eu posso fazer alguém se sentir bem, e isso me basta.

Eu não sou o tipo de menina que conquista a amizade de todos e, sinceramente, não pretendo mudar o meu jeito de ser. Eu não sou efusiva, não gosto de chamar atenção, não falo alto e não forço amizade. Sou na minha, se tiver a fim de agüentar minha cara séria, meus surtos de mau humor e minha falta de melosidade, beleza. Não sou falante, não sou simpática, escuto mais do que falo. Gosto de observar. É o meu jeito tímido de ser. Uma barreira? Talvez. Talvez seja minha catraca seletiva de amizades. Se alguém for capaz de passar por tudo isso, pode chegar às minhas qualidades, que sinceramente eu não sei quais são, mais meus amigos devem saber. (...)

26/10/10

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